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MP/RJ aciona Justiça contra deterioração da casa de Machado de Assis

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O MP/RJ ajuizou ação civil pública contra o município do Rio de Janeiro e o atual proprietário do imóvel onde viveu Machado de Assis entre 1869 e 1871.


A ação, proposta pela 1ª promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural da Capital, busca conter a degradação do bem - tombado por decreto municipal e situado em área protegida - e assegurar sua restauração integral.


Localizado na Rua dos Andradas, 147, no Centro da capital, o sobrado foi residência do escritor logo após seu casamento com Carolina e em período imediatamente anterior à publicação de seu primeiro romance, Ressurreição.


O caso foi distribuído à 15ª vara de Fazenda Pública do Rio de Janeiro, com pedido de aplicação de multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento das determinações judiciais.

Segundo o MP, a edificação encontra-se descaracterizada e em avançado estado de abandono: sem cobertura, com a fachada remanescente ameaçando colapso e uso do lote como estacionamento rotativo pelo particular.


Para a promotoria, houve omissão do ente municipal no dever legal de fiscalizar e exigir a conservação de bens protegidos, o que permitiu a continuidade dos danos. 


Como medidas emergenciais, o parquet requer:


providências de segurança estrutural, limpeza, guarda e conservação;

retirada cuidadosa e acondicionamento de elementos arquitetônicos soltos para futura recomposição;

substituição de coberturas precárias (como placas de fibrocimento), proteção do topo de alvenarias para impedir infiltrações e adequação da fiação elétrica na fachada às normas vigentes.

Ao final, busca a condenação solidária dos réus à restauração integral da fachada, cobertura e volumetria do bem e ao pagamento de indenização destinada ao Fecam - Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano.


A ação ressalta o valor histórico do endereço e sustenta que a preservação do imóvel integra o dever constitucional de tutela do patrimônio cultural, cabendo ao município zelar pela integridade do conjunto protegido e ao proprietário o cumprimento das obrigações de conservar e não descaracterizar. 


Processo: 3014425-02.2025.8.19.0001


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    Image post: Professora é chamada de "vadia" três vezes em reunião de curso de Direito O episódio ocorreu na presença de professores, técnicos e alunos que participavam do encontro online.
    Ana Cristina Brandão 16/10/2025

    Professora é chamada de "vadia" três vezes em reunião de curso de Direito O episódio ocorreu na presença de professores, técnicos e alunos que participavam do encontro online.

    A vice-coordenadora da Faculdade de Direito da UFBA - Universidade Federal da Bahia, professora Juliana Damasceno, afirmou ter sido chamada de "vadia" três vezes durante uma reunião virtual da Congregação do curso, realizada em 6 de outubro. A ofensa, segundo ela, foi proferida pelo estudante Pedro Maciel São Paulo Paixão, presidente do CARB - Centro Acadêmico Ruy Barbosa, enquanto ela apresentava uma questão de ordem.O episódio ocorreu na presença de professores, técnicos e alunos que participavam do encontro online. Juliana tornou o caso público nesta quarta-feira, 15, por meio das redes sociais, afirmando que inicialmente ficou paralisada diante das agressões verbais, mas decidiu se manifestar para dar visibilidade ao ocorrido. "No legítimo exercício de um cargo de poder decisório e como servidora pública federal, enquanto suscitava Questão de Ordem sobre impedimento de membros da Comissão Eleitoral para participação no julgamento, fui alvo de ataque misógino, praticado pelo presidente do Centro Acadêmico Ruy Barbosa, Pedro Maciel São Paulo Paixão, por razões da condição do meu sexo feminino e, também, do exercício das minhas funções administrativas de natureza pública, com repetição agressiva e dolosa, e com evidente propósito ofensivo, por 03 (três) vezes, das palavras "vadia, vadia, vadia"(sic!), que já não fazem - ou não deveriam fazer - parte da linguagem masculina sã no século XXI, por resumir o seu decadente anacronismo. As gravíssimas ofensas estão carregadas do ranço da cultura patriarcal que nega a legitimidade da presença feminina em posições de representação e hostilizam, simbolicamente, todas as mulheres que lutam por reconhecimento, respeito e igualdade dentro da academia, do serviço público e nos próprios caminhos da sua existência." A professora, que atua há 20 anos como advogada criminalista, disse que buscará responsabilização do estudante nas esferas cível e criminal.